Informação do seu jeito
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Aliado à nossa imcompreensível fragilidade no enfrentamento da apropriaçao brutal da herança e da cultura afro por parte do poder público nas tres esferas, de parcela significativa da classe artística musical baiana e até brasileira e, notadamente, até de artistas afrodescendentes, com o único e claríssimo objetivo de lucro concentrador, acumulador, imediato e exclusivo, temos um grupo de dirigentes sem estratégia, salvo raríssimas exceções, que conseguem ter a visão além do alcance, tratando-se como "coitadinhos", "desfavorecidos" e "subjugados" por uma ideologia absolutamente funcional e estranhamente prática, que, em detrimento de serem poucos numéricamente, conseguem dominar, na acepção mais exata do que essa palavra possa significar, a imensa maioria da população dessa tão propalada Roma Negra. Repito: é incompreensível, como os blocos de trio, conseguem mandar no Conselho do Carnaval, só para focarmos na pauta dessa discussão, e manipular descaradamente as políticas de governo municipal e estadual, imprimindo e impondo à vontade dos seus interesses, a maior festa de rua do planeta, que segundo dados oficiais, movimenta mais de um bilhão de reais, menos que a São Paulo Fashion Week, com um bilhão e meio. Sendo verdade, como pode faltar dinheiro para apoiar os blocos afros e todas as outras iniciativas populares, que deveriam ser preservadas, pois são a essência do Carnaval? Qual o destino de tamanha fortuna? A "tomada de poder", pode-se dar através da junção de forças, que organizadas, de forma inteligente e orquestrada, sem meios-termos, pressionem o município e o estado(em letras minúsculas mesmo!) para que estabeleçam um marco legal sobre a ótica do Carnaval inclusio e democrático, bastando para isso, que os líderes arregacem as mangas e façam valer a representatividade dessa negritude que tem todo o direito de ser de fato, maioria e não meramente adorno midiático em panfletos e revistas, em spots de tv, rádio e sites oficias, que não mostram a dura realidade das favelas e grotões de miséria habitadas pelas lindas negras e pelos lindos negros que os estampam, aos incautos turistas que por aqui aportam, e que, seduzidos por imagens surreais e paradisíacas divulgadas Bahia afora, vem aqui requebrar ao som de "... toma negona, na boca e na bochecha...".
É certíssimo, que as meninas negras, principalmente, por serem a carne mais barata do mercado/açougue social que já crescem quebrando todas, desde a mais tenra idade, mesmo sem compreender o que isso significa, não venham a ser colegas de sala dos filhos de milionários e famosos artistas baianos, negros ou brancos, em escolas particulares caríssimas da capital baiana, restando-lhes dentro da lógica da Era do Conhecimento, apenas vagas para os carrinhos imundos de churrasco nas festas de rua e de camisa soteropolitanas.
Se somos maioria, o que estamos esperando?
Deles, o sinal verde, nunca virá.
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