Grito
Grito de Anastácia
Minha língua é afiada feito navalha
Sou mais uma Anastácia que a mordaça não cala
Na cabeça o pente, armada tenho bala na mente
Tenho sangue de Nzinga
Sou mulher preta e guerreira, eu sou resistente
Porque não admito o que fizeste com minha gente
Primeiro o seqüestro, escravidão,
chibata, estupros, o assassinato da cultura à opressão
Depois nos colocaram para fora
Do que chamam de sociedade
Sem respeito, oportunidade ou direito
Nos colocaram do lado esquerdo
E não foi o do peito
Mas sim do desrespeito
Cadê o trabalho? A educação?
A Saúde? A habitação?
Os nossos direitos enquanto cidadão?
Construímos essa nação, com choro, suor e
sangue na alma e nas mãos
Estou fazendo rebelião
cansei de sofrer segregação, fome, miséria, morte, exclusão
Esse é o grito que exige reparação depois de tamanha destruição
Não espere que eu seja mais uma a reagir com o silêncio
Pode até tentar me amordaçar
Mas antes deixa eu te avisar
Esse seu ato não vai prosperar
Porque minha língua é feito navalha
Que rasga a sua mordaça e
ECOA o GRITO oprimido de ANASTÁCIA
Veronica Maisha
Caixa de Recados (5 comentários)
Você precisa ser um membro de Correio Nagô para adicionar comentários!
Entrar em Correio Nagô
Saio com uma flor pela varanda
E digo num sorriso de criança
--- Se finjo num suspiro de alma pura
Que sou feito de corpo e de esperança.
Se eu sinto, digo ao sol e digo a lua
E digo ao mar que azula este verão
Mas logo a melodia se desata
E solta ao vento as letras da canção.
A flor, ora crisântemo, ora lìro
É flata. É margarida do delìrio
Ou ciúme das cordas da paixão.
Esta czarda é louca e enluarda
pinta com um bandolim a madrugada
O amor da mais eterna perfeição.
que tanto me atormenta e me rodeia
Nem sei quando ele nasce ou me acontece
Mas sei que fico preso numa teia.
E me deixo caìdo quase em sangue
Numa poça de lua em algum cais
Este mito desperta oculto pranto
Nem sei para onde vou- para onde vai.
Sei que tal força vem das tempestades
Consumindo as marès num cais de pedra
Onde o mundo cortou a eternidade.
Demônio ou mito pendular da lagrima
E me atiro na furia desta águas
- neste oceano onde nasceu minha alma.
soneto..
prosa e poesia
baiana
Recados Para Orkut - Click Aqui! http://www.recados.net