III SEMINÁRIO DE ESTUDANTES AFRICANOS
TEMA: ÁFRICA E DIÁSPORA AFRICANA
Dia: 22 de maio de 2012. Local: Universidade Federal do Espírito Santo
INTRODUÇÃO
Falar a respeito da África é sempre arriscado em virtude de sua diversidade. Barbosa (2007) explica que as civilizações africanas são um mundo distinto culturalmente, por isso, precisamos ter cuidado para não caracterizar a África como um continente singular e homogêneo. Podemos falar de várias “Áfricas”, dadas as suas distintas realidades, diversidade e complexidade cultural. Munanga (2007) sugere cautela no estudo desse continente e adverte que, antes de examinarmos a África, é preciso rever os conceitos de sociedade, cultura e civilização. Precisamos repensar a África como um continente que é um verdadeiro mosaico de heterogeneidades. A tradição oral africana, por exemplo, que tem nos “griots”, contadores de histórias, seu símbolo, não impediu que florescesse uma literatura que teve, inclusive, importante papel nas guerras de libertação nas décadas de 60 e 70.
A DIÁSPORA AFRICANA
Gomes (2005) explica que estudo e o desdobramento das temáticas afro-brasileira e africana deverão sempre levar em conta uma realidade: “o negro brasileiro vive historicamente a experiência da diáspora”. Segundo Cashmore (2000), o termo diáspora “foi outrora um conceito relacionado quase que exclusivamente à experiência judaica, evocando o seu traumático exílio de uma pátria histórica e a sua dispersão por vários países”. Nesse sentido, frequentemente as referências para esse termo foram negativas, pois o associavam a um “deslocamento forçado, vitimização, alienação e perda”.
Atualmente, o termo diáspora é utilizado para descrever qualquer comunidade transnacional, cujas redes sociais, econômicas, políticas e culturais atravessaram as fronteiras das nações-estado. Além disso, pensar a “diáspora africana” é tentar entender a historicidade e a multiplicidade das culturas negras e a sua herança espalhada pelo Atlântico, pois essas culturas nunca viveram fechadas em si mesmas e nem formavam grupos homogêneos. Assim, não podemos pensar a África, e a identidade negra, como ascendência de uma única cultura negra pura, mas em múltiplas culturas, Cashmore (2000).
O DIA DA ÁFRICA
No dia 25 de Maio de 1963, em Addis Ababa, Etiópia, foi criada a Organização da Unidade Africana (OUA). Atualmente, este dia simboliza a luta dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação, e representa a data da Libertação da África. Os negros do Brasil e do mundo celebram a oportunidade de medir os progressos, as dificuldades e as obras realizadas no continente conhecido como berço da humanidade. Em 09 de Julho de 2002 a Organização da Unidade Africana (OUA) foi substituída pela União Africana. Atualmente, a União Africana tem como objetivos a unidade e a solidariedade africana, além de ajuda na promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimento econômico na África.
2
O EVENTO
Em comemoração a essa data especial, promoveremos no dia 25 de maio de 2012, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o III Seminário de Estudantes Africanos: “ÁFRICA E DIÁSPORA AFRICANA”. O evento reunirá, ao longo de todo o dia, pesquisadores e especialistas de renome no cenário local e nacional, estudantes africanos, a fim de debaterem assuntos relacionados à construção de saberes a respeito do continente africano, à democracia, aos direitos humanos, às relações internacionais, à formação de pesquisadores, à implementação da lei 10.639/2003, à educação, à identidade, à territorialidade, etc.
O Evento contará ainda com a participação de aproximadamente 50 estudantes africanos, acolhidos na Universidade Federal de Espírito Santo (UFES) pelo Programa de Estudante Convênio de Graduação (PEC-G). Este Programa de cooperação educacional foi desenvolvido pelo Governo Federal em parceria com países africanos em vias de desenvolvimento, como por exemplo, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Gana, Guiné-Bissau, Benin, República Democrática do Congo, São Tomé, entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não podemos desconsiderar que já conseguimos algumas conquistas dentro de uma política de governo, em que compreende a dimensão que envolve o tema supra. A regulamentação e aprovação de Diretrizes para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e África, são alguns exemplos dessas conquistas. Entretanto, esse trabalho precisa ser contínuo. Desse modo, os objetivos do Evento pretendem debater e refletir junto à comunidade acadêmica, e sociedade em geral, o reconhecimento da importância da relação da história africana com a brasileira, contribuindo para a construção e afirmação da identidade da sua população. Relevar conhecimentos e tradições produzidas/apreendidas nas/pelas experiências. Promover a valorização e ampliação de conhecimentos acerca das culturas Africanas e Afro-brasileiras. Debater sobre os novos mecanismos de dominação, racismo, preconceito e discriminação. Entre outros.
POSSÍVEIS PARCEIROS
Instituições de Ensino, Secretaria de Direitos Humanos, Núcleos de Estudo Afro-brasileiros, Secretarias de Cultura e Educação, Entidades do Movimento Negro, Movimentos Sociais e Estudantis, ONGs, Grupos Culturais e de Pesquisa, etc.
PROGRAMAÇÃO
08h Credenciamento
09h Sessão Solene de Abertura
09h15min Mesa Redonda / Debates
12h Intervalo para Almoço
14h Sessão de Vídeos / Debates
15h Intervalo
15h30min Mesa Redonda / Debates
18h Atividades Culturais
19h Encerramento
20h Festa local
COMISSÃO ORGANIZADORA (p/ contatos):
P/ Yannick Kalombo Wa Kalombo (Cel. (27) 92833459 – lombox3@yahoo.fr)
P/ Lucio Benedito Mauro Barbosa (Cel. (27) 8802-1539 – proflucio@hotmail.com)