Informação do seu jeito
A intolerância é o câncer do mundo. Ontem, foi noticiado em vários jornais que pessoas do município de Brusque, em Santa Catarina, em anonimato, ameaçaram migrantes baianos de morte (confira a carta abaixo), em função do que eles chamaram de falta de educação e do incômodo que estas pessoas provocam no modo de viver das pacatas cidades do sul do país. Ocorre que educação é troca, é socialização. Isto posto, esse tipo de comportamento recorrente deve ser analisado com cautela. A intolerância e o ódio, durante toda a história da humanidade, nos conduziram às guerras. Vivenciamos o genocídio em diversos países e, no Brasil, também a marginalização de negros e de negras, que até hoje margeiam os grandes centros econômicos, políticos e culturais, habitam as favelas, invasões -como dizemos na minha terra- e são alijados de direitos básicos, excluídos socialmente. Então, não me venham dizer que educados são aqueles que ignoram a história e que nada fazem para mudar o presente, a não ser advogar por causa própria. Não venham me dizer que genocídio é justificável. Genocídio é crime! Não vamos perpetuar, no Brasil, episódios condenáveis: a matança dos homossexuais, a matança de negros e de negras, a matança de nordestinos, de baianos.... Vamos nos manifestar, sim, pelo fim do assassinato de jovens negros... Vamos condenar a causa destes comportamentos -"ditos mal educados"- que incomodam o convívio social e lutar por uma educação emancipadora, que transforme pessoas em cidadãos. Educação se faz com troca -ensinar e apreender- e não com violência. Que a energia desse gigante que acordou enfurecido, que sai descontrolado às ruas, seja revertida em atitudes pelo bem social, pelo direito à vida, à educação, direitos estes que não podem tão somente habitar as páginas da nossa Constituição Federal.
A globalização é uma farsa, quando as nossas mentes não se abrem para o novo, para o diferente, para o diverso. O que vivemos é uma “globocapitalização”, apenas o capitalismo não tem fronteiras...
Confira a carta na íntegra:
Carta publicada nas redes sociais e com autoria desconhecida.
Por Keila Costa, publicitária, baiana e cidadã brasileira
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