Diáspora. Termo capaz de justificar o deslocamento de um dado grupo social para espaços geográficos que não são seus de origem- voluntária ou involuntariamente. No entanto, quando se trata do remanejamento dos povos africanos para outras regiões do mundo, logo surge no imaginário coletivo, o processo de escravização que estes sofreram durante o período de reprodução e acumulo do capital no sistema de colonização.
Ademais, foi com viés de resignificar o quesito da Diáspora Africana há milhares de anos antes de Cristo, que o Mestre em Estudos Étnicos e Africanos, Marcio Paim, nesta última quarta-feira (14/03), abordou de forma lúcida e pertinente as etapas de povoamento do mundo a partir do desbravamento milenar de povos originários da África, e, o processo de evolução da espécie até o considerado humano moderno. Entretanto, o historiador baiano, através de estudos científicos multidisciplinares, trouxe à luz o fato de nossa ancestralidade, independente da pigmentação de sua pele, ter perpassado pelo continente africano.
Neste sentido, a reafirmação de que a origem humana deu-se onde hoje se situa o atual estado da Etiópia, atrelado à necessidade de desconstruir o conceito de RAÇA a partir duma perspectiva biológica, possibilitou para todos os cursistas do Programa Kwetu, a compreensão das nuances que legitimam o processo escravidão e racismo que nós negros e negras sofremos ao longo de séculos.
Contudo, o programa continuará durante toda essa semana, e, a partir do dia 23 de março, o mesmo atribuirá para estudantes de comunicação dentre outras pessoas que atuam no campo, a formação de comunicadores que possam contribuir para o projeto Mídia Étnica/Correio Nagô, na construção de uma comunicação que de fato possa representar a variação de povos presentes na sociedade brasileira. Em curtas palavras: denegrir a comunicação.
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