Não estou aqui menosprezando ou minimizando a dor de ninguém, mas como jornalista e negro não posso deixar de expressar minha indignação. A edição de hoje do Bahia Meio-Dia terminou em luto, com créditos subindo em silêncio e discurso quase catequizador dos apresentadores, por causa da morte dos jovens brancos e de classe média em acidente na BR-101, no Extremo Sul do Estado. Fico me perguntando porque a mesma comoção não chega à imprensa quando jovens, negros e pobres são brutalmente assassinados em chacinas na periferia? Nessas ocasiões, geralmente o Bahia Meio-Dia termina ao som de banda de pagode, axé ou arrocha. Esse agendamento que só comove quando a vítima da tragédia se parece com o filho do jornalista me provoca repulsa. Parece que apenas o que lhe é semelhante provoca dor. Lamentável!!!
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