Dia da Consciência Negra e um nada para comemorar, por Dilnei Severo

Em recente discurso proferido pela presidenta Dilma no dia nacional da  Consciencia Negra, juntamente com a ministra do SEPPIR e outros, a mensagem transmitida definitivamente que não deixa nenhum motivo para comemorações.

A aborgagem do discurso foi feita principlamente na questão de dar apoio as comunidades quilombolas existentes neste país. Partindo-se  do princípio de que não existem nem ao menos dados oficiais da quantidade correta do número de integrantes destas comunidades espalhadas pelo Brasil como podemos desenvolver uma politica oficial de assitência social??? Seria puramente para "inglês ver ", como diz a expressão?

Obviamente que mesmo que soubéssemos o número exato destas pessoas na medida em que pudéssemos comparar com o número (apenas dos declarados como negros no censo oficial)  verificaríamos que estas comunidades formam uma  minoria no contexto social da problemática negra brasileira.

Afora a questão de atender os requisitos do Estatuto da Igualdade Racial,  o Governo querer dar prioridade aos quilombolas em detrimento, por exemplo, da população negra que habita os morros do Rio de Janeiro é na verdade um contra-senso, na minha opinião.

Veja bem, imagine o impacto que causaria no Brasil e no mundo a idéia do governo brasileiro promover um grande movimento de desocupação populacional das favelas do RJ, SP, BA,  etc???

Esta é uma dívida que temos desde o tempo da abolição da escravatura!!! Aos negros analfabetos não foram dados os incentivos que, por exemplo, os colonos alemães, italianos, etc , ganharam no Rio Grande do Sul, e em diversas áreas do nosso país. O negro não tendo nada voltou para o morro e lá permaneceu até hoje excluido de corpo e de alma da sociedade brasileira.

Precisamos de uma 2ª abolição da escravatura com a retirada desta gente das favelas e sua redistribiuição nos estados brasileiros que assim se candidatassem para recebê-los com planos de recepção,  com infra-estrututura como a casa própria, o apoio aos jovens estudantes daquelas familias e o emprego inicial dos jovens e adultos. Seria um grande movimento migratório a fim de resgatar a grande dívida com o povo negro. Aos morros seria devolvida a denominação de área de proteção ambiental, o RJ continuaria lindo e o tráfico levaria um golpe de mestre.

Sem contar ainda com o reflexo cultural de expandir a cultura carioca sem ser através da novela.

Portanto é necessário querer realmente promover políticas afirmativas na prática. Enfrentar a realidade sem rodeios. Os jovens negros estão sendo fuzilados pelas forças de segurança,  os juizes ameaçados e as cadeias estão mandando recado a toda hora.

Os quilombolas são minoria, precisamos através do exemplo despertar o gigante adormecido com políticas de grande impacto social,  para vivermos um Brasil onde todos possam lutar pelas mesmas oportunidades. "É possivel enganar muitos por muito tempo mas é impossível enganar todos o tempos inteiro..."

 

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Comentário de Jorge José do nascimento em 9 dezembro 2012 às 19:58

Dilnei Severo, muito boa sua visão á respeito do centrismo disfarçado da distribuição de benefícios  aos menos favorecidos irmãos quilombolas, é mais fácil  do que atingir uma massa muito maior, sairia e satisfaria a classe dominante priorizando só um setor, de qualquer forma evitaria que surgisse ilações á respeito,  afinal estariam fazendo algo pelo povo negro, diriam alguns intelectuais de plantão, parabéns por sua visão, continue neste contexto sem sair deste foco, Shalom pra todos

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