Informação do seu jeito
Eis que o novo hit das redes sociais é um mendigo-gato de olhos azuis. As moças querem levá-lo para casa, dar leitinho na boca, banhá-lo e passar talco. Semelhante ao que ocorre com os moços presos, com penas longas a cumprir, quando arranjam casamento de dentro da penitenciária. Descolam mulheres fidelíssimas, que zelarão pelo nome que o detento lhes dá, e elas, em troca, lhes darão filhos depois das visitas íntimas, que elas mesmas se encarregarão de sustentar.
Fonte: Blog da Cidinha da Silva
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Sua narrativa, lembra-me Nelson Rodrigues, e espero o desfecho deste drama com um brado de vitória. Mas, para isso temos sempre que insistir em apontar as falhas e atrocidades deste sistema arcaico, monarquista (onde os barões da burguesia imperam) e corrompido pela sua falsa ética. Sou um branco caucasiano (mais não nasci perto do mar negro, segundo antropólogo alemão Johann Blumenbach) mais também de origem alemã. E sou casado à 15 anos com uma negra, e sei dos preconceitos existente pelos afrodescendentes. No início era gritante. Mais neste percurso estamos conseguindo quebrar esses dogmas. Não desista nunca dos objetivos, e esteja certa que não estais só. Graça e Paz! Pr Ayer
Agradeço ao Universo pelas reflexöes que acabo de ler. Si seguimos trabalhando avançaremos.
Amilton,
Sinta-se à vontade para copiar o texto e distribuí-lo a quem o queira. Afinal, não podemos exigir de ninguém que não nós mesmos promover as mudanças sociais que desejamos. Eu dei um passo! Você está se propondo a dar outro! E assim, quem sabe...
Agradeceria muito, porém, se citasse a fonte e a autoria.
Bela reflexão!!! Posso copiar e distribuir com professores?
espetacular reflexão. obrigada e prabéns!
José, falo mais do lugar de leiga do que intelectual.
Concordo com vc qd repara que as questões raciais congelaram , enquanto a sociedade reelaborou as formas de preconceitos, tanto que , salvo engano, hj mais negros sofrem violências de todo tipo: mais óbitos, mais usuários de crack, mais isto e mais aquilo...tudo de ruim... e realmente não vemos uma atuação propositiva dos movimentos que (se)"fecham" com os governos .Estou disposta a elaborar outras análises e apresentá-las, mesmo que reduzida as minhas observações no meu cotidiano. Moro no Rio e sou educadora.
Brilhante artigo!
O artigo de Cidinha da Silva nos convida à reflexão sobre o que chamo anti-racismo moderno, isto é, aquele derivado da voga do movimento negro renascido no contexto do processo de distensão política (mais tarde chamado abertura política), nos estertores do período militar. Entendo não caber, aqui, uma revisão da história moderna deste movimento social, quero, então, me voltar à análise pontual do seu momento presente - em que parece se encontrar paralisado em uma cruel encruzilhada engendrada pelo paulatino esgotamento de sua pauta reivindicatória, à medida de sua satisfação pelos aparelhos de Estado; por institucionalização em parte como órgão de Estado, em parte como uma miríade de organizações sociais; pela ampliação de seus quadros na exata proporção em que se reduziu sua militância; por faltar-lhe uma intelectualidade negra que lhe produza a crítica, em lugar de lhe render elogios; e pelo alargamento e consequente visibilização do fosso existente entre a classe média negra e o proletariado negro.
A tal encruzilhada se traduz, então, (I) na incapacidade de formulação de uma nova pauta reivindicatória, ajustada à nova ordem mundial, aos imperativos do processo de acumulação flexível e, sobremaneira, às circunstâncias do processo de reestruturação produtiva; (II) ao agravamento desta incapacidade diante, de um lado, da cooptação de parte das lideranças do movimento social pelos aparelhos de Estado e, de outro, por conta da intransigência das lideranças restantes, umas em relação às outras, encasteladas cada qual em sua própria ONG ou entidade similar; (III) na falta de uma produção intelectual que não insista em reduzir os problemas das populações negras à chamada questão racial; na reiterada denúncia do proletariado negro de que as reivindicações que o movimento faz em seu nome refletem, de fato, interesses da classe média negra de que, em essência, este movimento é constituido.
A mim parece que cabe a nós, intelectuais negros, o dever de reconhecer que o mundo, sequer o ocidente, não se reduz a um universo em preto e branco; que o racismo não é "privilégio" dos negros e, pois, que a questão indígena não se limita à dimensão fundiária; o problema das populações de asiáticos e seus descendentes, no Brasil, não se resume a um problema de imigração e assimilação; e que o nazismo foi apenas uma faceta do preconceito étnico que continua vitimando judeus em quase todo o mundo, inclusive o Brasil, embora sejam estes majoritariamente brancos.
Temos, nós intelectuais negros, o dever de fazer a todos observar que "o negro" não existe! Somos negroS! Bonitos e feios, gordos e magros, altos e baixos, sabidos e burros, simpáticos e antipáticos, corteses e grosseiros etc. etc. etc. assim como os outros grupos de cor o são, isto é, o dos amarelos, o dos brancos e o dos vermelhos. De que, então, podemos ser discriminados pelo fato de sermos negros, como o podemos pelo fato de sermos mulher ou, mesmo, por ambos os fatos. De que, POR NÃO SERMOS MENOS HUMANOS QUE OS DEMAIS, podemos ser rechaçados, por vezes, pelo simples fato de sermos antipáticos, homossexuais, mal-vestidos ou mesmo o contrário, por sermos super-qualificados e pormos em risco o lugar profissional do contratante; por causarmos inveja por nossa beleza etc.
Por fim, negros intelectuais e leigos, temos o dever de reconhecer que o discurso que sustentou o movimento negro de meados da década de 70 até a primeira década deste século já se esgotou; que nos encontramos em outro momento histórico, seja no âmbito político, econômico ou social; e que já passa do tempo de produzirmos novas análises e discursos que deem conta da situação das populações negras no tempo presente, frente a toda as questões pontuadas acima as quais enredam o que se tem chamado pós-modernidade.
E ainda acreditamos que a escravid'ao acabou no Brasil...
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