Informação do seu jeito
Ouvi essa frase de uma militante do movimento negro há um tempo. Cabe uma reflexão mais apurada e profunda. Infelizmente esse texto não pretende realizar, apenas fomentar com alguns argumentos e imagens que o leitor pare, pense e tire suas conclusões.
Vamos aos fatos! Preferi manter o tom de ironia presente nesses tipos de publicações racistas. E, para início de conversa, apresento-lhes cinco imagens divulgadas nas redes sociais:
‘Homenagem às mulheres negras’ durante um desfile utiliza palhas de aço como peruca:
Como ficar ‘mais bonito(a)’:
‘Brincadeiras infantis’:
Rindo da miséria africana:
‘Menor’ para negros e ‘Adolescente’ para brancos:
Algumas pessoas, por opção ideológica, fazem uso de uma lente que embaça a visão ao mostrar-lhes um Brasil sem desigualdades etnicorraciais. Ao ver essas imagens, parece que além de não tirarem folga, os racistas estão fazendo horas extras. Principalmente para as pessoas e páginas que poluem as redes sociais, os ambientes virtuais viraram um palco para manifestações racistas, de forma explicita e radical, ou com a singela suavidade tão comum aqui no Brasil.
Para os militantes do movimento negro, cabe-nos uma vigilância constante, atentos e atentas à todo momento. Uma coisa eu posso dizer: as vezes temos que buscar forças onde parece não mais existir e partir na busca por punições para ações racistas como as aqui apresentadas. O velho mito da democracia racial se renova a cada dia. Seja através da idéia de mestiçagem, da ‘mera’ lutas de classes ou acusações de esquizofrenia.
Uma dica: reflita um pouco antes de sair curtindo e compartilhando tudo que vê na internet.
Estamos de olho!
Para saber um pouco mais:
Para ficar de olho:
https://www.facebook.com/HumorNegro.oficial2
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George Oliveira
Economista
Militante do Movimento Negro
Mestrando do CIAGS/UFBA
grbo2003@yahoo.com.br
#14
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Sou branca e sempre odiei a série "todo mundo odeia o Chris" porque trata o negro com discriminação velada, aquela novelinha do SBT "Carrocel" também, trata o Cirilo de forma horrível. Esse modismo de alisar cabelo, pra quê isso? A negra tem o cabelo tão bonito cacheado. Essa idéia de homenagem ao negro feita com bombril na cabeça pra mim não desce, racismo velado. Não gosto dessa coisa de mudar as coisas para ficar igual o branco. Todos tem que aceitar todo mundo como são, o japonês com o olho puxado, o negro com o cabelo encaracolado e o branco branco mesmo. E quando tem essas babaquisses no Facebook até excluo quem posta essas barbaridades. Tinha que dar cadeia pra essas mensagens racistas e depreciativas.
Precisamos bigar todos os dias, mesmo naqueles dias que queremos estar tranquilos, o racismo bate de frente e nos desafia, e desafia a nossa capacidade de luta, estou ralmente muito triste com todas estas manifestações racistas que se renovam a cada dia. Essa não é a primeira exposção que acontece utilizando cabelos de bombril, conversando com algumas pessoas que conheço, descobri que estes artistas realmente acreditam que estão homenageando as mullheres negras, com o argumento de que elas podem e devem escolher suas modas e assumir os seus cabelos crespos( durma com um barulho destes?! sinistro)
Os inúmeros compartilhamentos das imagens, só provam o quanto à discriminação se expressa de maneira sutil e atinge necessariamente a massa, em uma situação como essa.
As pessoas que compartilham e acham graça por sua vez, acreditam que estão mostrando a ‘’verdade’’, afinal de contas qual o problema em compartilhar uma foto de uma mulher negra do cabelo crespo, dos traços grossos e com quilos a mais que o padrão?,se realmente eu acredito que ela seja feia e fora dos padrões?,qual o problema em compartilhar fotos de negros como exemplo do crime e outras coisas ruins? Se é o que penso a respeito disso,que preto e periférico é ladrão ,qual o problema em colocar palha de aço na cabeça de modelos e homenagear negros?,já que eu cresci aprendendo que nosso cabelo é assolan.
Como balanço final, fica a frase que melhor descreve isso: ‘’A arma mais poderosa do opressor é a mente do oprimido’’.
© 2021 Criado por ERIC ROBERT.
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