Informação do seu jeito
Fonte - Diane Lima, de Salvador para o IG com adaptações para o CORREIO NAGÔ
A cena da black music soteropolitana está passando por uma transformação. Trata-se de um movimento de pagode protesto, que leva conscientização ao falar das dificuldades da periferia, da violência, da discriminação ao povo da favela e da valorização e afirmação do negro. “O microfone é uma arma superpoderosa, quero dar voz aos guetos e favelas”, declara ao IG Moda Edcarlos da Conceição Santos, o Edcity.
O artista, que carrega multidões ao som do Groove Arrastado ou Rap Groovado – onde se destacam elementos do hip hop e guitarras pesadas junto da percussão baiana – , foi o pioneiro a mudar a cena do pagode influenciando outros artistas. Hits como “Firme e Forte”, da banda Psirico e “Sou Favela”, do grupo Parangolé, são a prova da potencialidade e força do pagode para falar dos problemas da população e contribuir com a formação de um pensamento mais politizado: “Curto Edcity porque as músicas falam da realidade da nossa comunidade”, diz Lucilene Andrade, integrante do fã clube A Cidade é Nossa.
Influenciados pelo freestyle da cultura hip hop, muitos elementos do chamado streetwear já fazem parte do vestir do pagode baiano protagonizado pelo próprio ED, que se declara fã de bandas como Racionais, Detentos do Rap e MV Bill. Sobram os chamados blin blin, hopes ou blings, rebatizados por aqui de “batidões”, os tênis sneakers, os caps ou bonés, as bijoux cheia de brilho e tatuagens, muitas tatuagens. Sem falar do gestual e da nova expressão do corpo nas coreografias protagonizadas pelo estilo Gangsta de usar calças.
E, para registrar toda essa integração entre música e moda, o iG Moda esteve presente no show de Edcity e flagrou o que a galera estava vestindo por lá, em cliques da artista visual Renata Souto Maior. O artista Robson Finho ilustra a galeria com seus desenhos. Finho, que trabalha com street art, é tatuador e ativo no pensar a cultura do hip hop.“A origem é a mesma, os dois sons vieram e falam ao gueto e, se o pagode se reinventa agora, com a influência da ideologia do hip hop, não há nada de negativo, todos só tem a ganhar.”
Confira imagens:
O ilustrador Robson Finho retrata o visual pagode com inspiração hip hop
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Eu não gosto do atual pagode baiano em estilo nenhum!
O que eles vestem, infelizmente, por mais que possa ser considerado algo " estiloso", não suplanta o mal gosto das letras das músicas cantadas por eles!!!
Eu acho que pagode é pagode, e Musica é uma outra coisa totalmente diferente! infelizmente confundida por pagodeiros fankeiros e afins!
Pra mim pagode é reunir uma turma de chegados com seus instrumentos, sob uma frondosa amendoeira uma churrasqueirinha ao lado com aquele braseiro tinindo de quente, o churrasco rolando. Um isopor cheio de "loiras gelaadas" e a diverção correndo solta!
Quanto o que esses pseudos musicos de arara dizem que fazem ai, eu só escuto porque tem um bucado de mal educados que não sabem que seus direitos terminam ao começo do seu proximo, e obrigamnos a ouvir suas diarreias acusticas!
Comentário enviado por Nadir Nóbrega:
Bastante pertinente esta reportagem sobre as imbricações do Hip Hop com o pagode baiano. Felizmente não estou só neste novo olhar sobre esta bela geração do nosso pagode tendo como base o Harmonia, o Edi City e o nosso Léo Santana do Parangolé, na qual sou seguidora desde os seus inicios de fundados.
Como arte educadora, mulher negra e militante social sempre trabalhei com as letras de músicas destes grupos e dos blocos afros, de maneira interdisciplinar em minhas classes escolares tanto da escolas públicas como na Pós graduação de Estudos Étnicos na ACEB . Vejo nas letras das músicas destes compositores, discursos comprometidos e conscientes das suas questões raciais e sociais, que não ocorre somente nos nossos maravilhosos blocos afros.
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