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Carlos Roberto S. da Costa Leite ainda não recebeu nenhum presente
Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite*
Em se tratando do período escravocrata da história brasileira, devemos considerar que os escravos domésticos tinham um tratamento menos cruel em relação aos que trabalhavam fora da "Casa Grande". As amas- de- leite, ainda que na condição de escravas, criavam vínculos de afetividade, surgindo, assim, a forma peculiar e carinhosa com que a própria literatura, embora romantizada, registra a expressão "Mãe Preta". Estas negras amamentaram e salvaram a vida de incontáveis "sinhozinhos".
Ao zelar o sono destas crianças, com a indesejável presença de alguma doença, utilizavam-se de benzeduras e rezas a seus orixás , quando a Medicina da época não oferecia a esperança de cura. A Mãe Preta era um misto de serviçal dotada de poderes magísticos, embora a Igreja considerasse a religiosidade do escravizado pura superstição ou ritos ligados a forças demoníacas..
Os ritos africanos se encobriam sob o véu do sincretismo religioso, sendo essa a forma encontrada de preservar o "Culto aos Orixás". Ainda hoje, embora a liberdade religiosa, muitos centros de Umbanda e terreiros de Candomblé mantêm seus orixás associados a santos católicos, a exemplo de Xangô (Orixá da Justiça) que corresponde no sincretismo a São Jerônimo ou Oxalá que nos remete a Nosso Senhor do Bom Fim. O passar do tempo consolidou este sincretismo no imaginário popular, embora o protesto de alguns segmentos que buscam um culto mais próximo da ancestralidade africana.
Atualmente, os Pretos Velhos estão presentes na Umbanda e no Candomblé manifestando-se, espiritualmente, nos iniciados e sacerdotes, quando são invocados em nome da conhecida Linha das Almas, chefiada por Obaluaê ou Omulu (Orixá da cura). Nestas sessões espirituais, estes guias praticam, como denominam seus adeptos, a caridade. Protetores ou guias, que não pertenceram à etnia negra, quando encarnados no orbe físico , apresentam-se, também, com o esteriótipo de pretos velhos como exemplo de humildade, geralmente, trabalhando em prol da cura física e espiritual do ser humano.
A umbanda foi fundada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, no dia 15 de novembro de 1908, quando esta entidade (guia) se incorporou no médium Zélio de Moraes. Naquele dia, nascia uma religião brasileira, na qual os espíritos de indígenas e negros foram acolhidos para exercerem a caridade junto aos necessitados. Já nas sessões espíritas de doutrina Kardecista, cuja doutrina foi importada da Europa, seus dirigentes, à época, consideravam estes espíritos de categoria inferior e muito “atrasados”, portanto não sendo aprovada, durante as suas sessões, as suas manifestações espirituais.
Nossa divina Umbanda surge como uma revolução em relação ao conservadorismo de teor preconceituoso e elitista que se reproduzia, também, no espaço religioso, embora a máxima de Cristo “Amai-vos uns aos outros”. É dentro deste universo fraterno da Umbanda que os pretos velhos passaram a ocupar um lugar de respeito e admiração, pois representam a sabedoria e a experiência adquiridas ao longo dos anos. Sua generosidade, carinho e aconselhamento , quando incorporados em seus médiuns, remete-nos à figura dos nossos avós.
Os pretos velhos representam a ancestralidade das nossas raízes africanas que, infelizmente, foram enterradas nos porões da memória nacional por uma historiografia oficial que privilegiou apenas as elites num país que realizou a sua independência (1822) e continuou escravocrata, por longos anos, restando a milhares de brasileiros a miserabilidade, a falta de instrução e a invisibilidade social. Sofremos, ainda, as consequências de um Brasil que, também, realizou uma abolição tardia (1888) e sem um planejamento quanto à inclusão social.
O escravizado ganhou a liberdade, mas não o acesso à cidadania plena. Devido a esta abolição inconclusa, o Movimento Negro defende uma segunda abolição, pois a primeira foi uma falácia. Seu legado foi a exclusão social e um racismo, na maioria das vezes, maquilado por um discurso, ou melhor, pelo mito da democracia racial, que não corresponde à realidade social do negro brasileiro.
Salve os pretos velhos com seus cachimbos e arrudas, trazendo de Aruanda um amor infinito para compartilhar. Agô,meus pretos velhos..
Biibliografia Pesquisador e funcionário público*
AZEVEDO, Janaina. Tudo o que você precisa saber sobre Umbanda. São Paulo: Universo dos Livros, 2008.
FERREIRA, Walter Calixto. Ago-iê, vanos falar de orishás? Porto Alegre: Renascença, 1997.
PRESTES, Míriam. Umbanda: crença, saber e prática. Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
TRINDADE, Diamantino Fernandes. Umbanda e sua História. São Paulo: Editora Ícone, 1991.
“Quem se faz superior a toda lei não é membro da comunidade, mas um tirano ou rebelde”.
(Hipólito José da Costa)
Há 212 anos, em 1º de junho de 1808, devido à Censura Régia no Brasil, começou a circular, em Londres, o nosso primeiro jornal: o “Correio Braziliense” ou Armazém Literário (1808-1822). Criado por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça [1774 / Colônia do Sacramento (atual Uruguai) - 1823 /…
ContinuarPostado em 5 junho 2020 às 20:30
“(...) foi ali na saudosa Oficina Dias, nessa Catedral de Trabalho, de Honra e de Natureza, que eu falei, pela primeira vez, aos meus irmãos de luta...” (Carlos Santos)
Nascido na cidade portuária de Rio Grande (RS), em 9 de dezembro de 1904, Carlos da Silva Santos foi um exemplo de luta tenaz, em prol da cidadania, ao…
Postado em 22 fevereiro 2018 às 14:30
Há 86 anos, em 16 de setembro de 1931, na cidade de São Paulo, foi criada a Frente Negra Brasileira (FNB). Durante a primeira metade do século 20, a FNB foi a mais destacada entidade negra no Brasil, Com um programa preestabelecido de luta, visava conquistar posições…
ContinuarPostado em 1 janeiro 2018 às 19:47
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Hi.
Compliments of the day to you,
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Oi.
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Priscillakomis23@yahoo.com