ATO RACISTA - ATOR DE BELO HORIZONTE AGREDIDO PELA POLÍCIA DE BLUMENAU

por Roberto Morauer, quinta, 14 de julho de 2011 às 01:56

 

A QUEM INTERESSAR.

 

Ontem o artista Alexandre de Sena foi agredido por policiais em um posto de conveniência de Blumenau.

 

Alexandre é homem, ator, negro, dj, designer, gentil entre tantas outras coisas.

 

Ele está presente na cidade a convite do FITUB – Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, juntamente com a Associação No Ato Cultural, de Belo Horizonte. O Festival celebra o teatro e os bons encontros e faz isso com competência, inteligência, cores. Muitas cores. Somos artistas, somos agentes políticos, mobilizadores e formadores.

 

Dois policiais chegaram ao posto de conveniência, por volta de três e meia da madrugada, com a intenção de retirar as pessoas do local. Não havia baderna ou desordem. Barulho, talvez.

 

A maneira escolhida para dispersar o grupo foi agressiva. Uma pessoa não saiu. Estava aguardando amigos que saiam do posto de conveniência.

 

“Vaza, negão!”. Foi o que se ouviu. Ele não vazou e com a coragem e delicadeza dos valentes avisou que não sairia, aguardaria os amigos e que essas não são as formas certas de abordagem.

 

Seguiram-se socos, pontapés e coronhadas de escopeta em apenas uma pessoa.

 

Coronhadas de escopeta. Já viu uma escopeta? É uma arma que paralisa, mata e pelo visto, servem também para coronhadas em jovens na madrugada.

 

Enquanto alguns questionaram incisivamente os policiais, apenas um, justamente o que não que não questionou, apenas exerceu seu direito de ficar onde está, saiu com marcas pelo corpo. O que o diferenciava dos outros?

 

Junte isso a um “vaza negão” e o que se tem?

 

RACISMO.

 

Se antes o barulho era um talvez, agora o barulho é uma certeza.

 

Não se bate em negros, ruivos, latino-americanos, argentinos, bolivianos, chilenos, japoneses, mulheres, alemães, gays, crianças, cachorros, em ninguém.

 

Não se deixa marcas pelos corpos ou se dilacera almas.

 

O barulho é nosso. As cores são nossas.

 

Dezenas de pessoas viram. Pessoas de Blumenau, de Minas Gerais, da Argentina e de outros locais.

 

Quinta – feira, dia 14 de Julho, vamos do Teatro Carlos Gomes até o IML juntos.

 

Quando se agride uma pessoa, nos sentimos todos agredidos. Iremos todos juntos, fazer exame de corpo de delito. Nossas marcas, ao contrário das de Alexandre, não são aparentes. Mas estamos todos feridos.

 

 

14 de Julho, quinta-feira, 09:30 da manhã, do Teatro Carlos Gomes ao IML

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Comentário de Jaguaracy Conceição em 22 julho 2011 às 18:59
A polícia é a mesma em qualquer lugar!

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