Informação do seu jeito
A palavra "mulata" é originária da expressão árabe "muwallad" que quer dizer mestiço. Porém, na versão utilizada no Brasil desde a escravidão o termo mulato assume um conceito antropológico de "raça" usado em tom ofensivo associado ao substantivo "mula" que é um animal fruto do cruzamento de um jumento com uma égua. Chamar negros mestiços de mulato enfatizava o fato de que negros e brancos formariam espécies diferentes tal qual a mula - animal estéril utilizado somente para o serviço pesado.
Entre as décadas de 60 e 80 Osvaldo Sargentelli, um conhecido produtor e radialista dos becos da boêmia carioca, ganhou muito dinheiro exportando a imagem de talentosas bailarinas negras oriundas das escolas de samba para Europa e o resto do mundo - As Mulatas de Sargentelli. Hoje em dia no Rio de Janeiro, diferentemente dos outros estados do Brasil, ser MULATA virou uma profissão que até se tornou tema de filme. Veja o trailer abaixo e opine.
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Bem companheiros, a todos minha saudação!
Quanto ao trailer e sem duvida uma questão de avaliação do ponto de vista a partir do arcabouço de conhecimento historico-cultural de cada um. Se por um lado os aprofundados no conhecimento com visão crítica apurada questionam a utilização da mulher negra enquanto mulata, por outro lado as submetidas ficam alienadas a supostas promoções que advem em adjetivos, recursos financeiros e tantos outros tipos de "oportunidades" em que geram o condicionante de estar inserida na sociedade pelo valor da propria proposição a se dispõe e ficam acima da crítica. Antenemos para o Rei Momo que rei é este que na sua maioria é negro é pobre e nós reportemos a história onde tivemos verdadeiros reis que aqui chegaram e foram destronados e destituidos do direito de viver em liberdade, submetidos e submergidos em outra realidade , Enfim o outro importante legado para boa parte das pessoas são os valores da força do capital, o que fui muito pouco reflete no que sou agora quando o dinheiro entra no jogo, onde alguns ganham muito pouco e outros poucos ganham muito.
Comentários de enaltecimento a filmes como esse tal de “mulatas” e até mesmo a própria expressão "mulata" são sintomáticos de uma sociedade estratificada segundo parâmetros étnico-raciais consolidados ao longo de uma história de opressão. As camadas sociais de pele mais clara e/ou brancas consolidam-se nas posições de poder e mando usando o viés da cor como critério inconteste de seleção, ao tempo em que se constituem como elite.Os exemplos de negros que buscaram e buscam a miscigenação com o objetivo de gerar filhos mais claros são notórios na história deste pais, e a Bahia não é exceção. É o tipo de evento muito comum e pouco comentado, que na história da Bahia também não é exceção (muito comum e pouco comentado). Aconselho leituras sinceras, aquelas movidas pela curiosidade pelo autoconhecimento e imbuídas pelo sentimento de elevação da auto-estima. Saibam que, logo após a Proclamação da República, em 1889, foi tomada pelo governo brasileiro uma série de medidas para fomentar a imigração européia. Um dos objetivos era o embranquecimento da população. Esse objetivo era muitas vezes enunciado de maneira espantosamente explícita. Um decreto do presidente Getúlio Vargas, de 18 de setembro de 1943, afirma: "Atender-se-á na admissão dos imigrantes a necessidade de preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características mais convenientes de sua ascendência européia." “ – Africanos no Brasil: Dubiedade e Estereótipos” em http://www.comciencia.br/reportagens/migracoes/migr11.htm.
Vamos acordar e abrir os olhos para um sistema covarde e perverso que através das práticas diuturnas estabelecem com base na prática do capitalismo selvagem (que vende tudo e qualquer coisa ao melhor preço) a máxima `o sucesso é branco ou de pele clara´. Vamos desmontar esse Sistema o qual estabelece critérios de marketing-sexual para selecionar as futuras ´mulatas-transformadas-em-atrizes globais´, usando as ferramentas da educação e do eqeuilibrio psico-social.
achei o comentario da sandra muito ofensivo...
a extrema sexualização da mulher negra em uma sociedade de bases cristãs só pode ser vista como "carinhosa" por quem deseja apaziguar as coisas...
tratamos aqui de problemas mais profundos e sociais e não de questões individuais.
me pareceu trollagem das bravas, principalmente na parte "que mulata verde-amarela bla bla bla"
então a sexualização violenta e exagerada do meu corpo deve servir de identidade nacional para mim? Não há escolha para a mulher negra? já que é provado que mulheres com mais sex apeal recebe salarios menores.. isto é, isso não é um elogio na nossa sociedade, pelo contrario, é a reificação, o direito de ser abusada. É uma sexualidade artificial, apresentada a nós pelos proprios brancos, pelos homens.
sambar, se libertar corporalmente por meio de uma explosão de ritmo do meu corpo é uma coisa. trazer isso como identidade é outra. Acreditar na imagem da mulher negra representada pela midia é algo completamente diferente.
me senti ultrajada pelo comentario abaixo... e fico desejando q seja uma piada de mal gosto
Entendo "mulata" como adjetivo carinhoso para afro descendentes, trabalho com negras que com orgulho carregam a alma da raça e se auto intitulam mulatas.
Bate surdo ! Chora cuica ! Soa forte tamborim ! Entram em cena as dançarinas, bailarinas, passistas... mulheres de todas as etnias, brasileiras, mostrando a dança em todo seu esplendor, a arte, o folclore, a cultura, o samba !!!
Oswaldo Sargentelli foi o precurssor do show de contemplação a mulata, empregando centenas de pessoas que o ajudaram a divulgar as nossas raizes, propagando o carnaval ao melhor estilo do show biss.
Qual é a mulata de coração verde amarelo que não se sente lisongeada ao ser chamada de mulata Sargentelli ?!?
Abençoada miscigenação ! Salve a mulata que nasceu para ser admirada e acima de tudo respeitada.
Os espetáculos do papa do ziriguidum abriram lindo e novo horizonte para artistas hoje consagrados pela mídia, idolatrados pelo público e conceituados pelo empresariado e sociedade.,
Dou continuidade a perene obra do meu tio padrinho, com muito orgulho. Assim exerço a minha responsabilidade social e cidadania. Contribuo para o desenvolvimento do trade turistico, para enaltecer tradições, para a união das etnias.
Sandrinha Sargentelli
A auto-estima e auto-conhecimento revela a verdadeira identidade da mulher. A mulher negra que reconhece as suas origens e trajetória não considera-se como mulata, independente se houve miscigenação ou não na sua criação. Caro Walter R. Pinheiro, a luta é incessante pelo resgate da identidade da mulher negra tão ocultada na história; lutaremos os anos que forem necessários. Viva as nossas Dandaras, Akotirenes... Viva a Mulher Negra!!!
Na minha concepção é uma mais uma cena ridicula porque aqui no Brasil não existe Mulata nem tão pouco Morena é mais um Esteriotipo Europeu.Pois isso nos Mulheres somos vendidas como mercadoria lá fora.Temos de nos assumir como Mulher Negra e se por no nosso lugar.
Somos Mulheres e não Mercadoria.
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